LUIZ GONZAGA - O REI DO BAIÃO
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a Os maiores sucessos do grande Nordestino Luiz Gonzaga O Rei do Baião
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Luiz Goanzaga é, sem a menor dúvida, o maior representante da música folclórica e popular de raiz genuinamente Nordestina, essa região Brasileira tão rica culturalmente falando.
- A sonoridade única e diferente da música folclórica do Nordeste, em comparação a do resto do país , nos remete imediatamente à música modal, trazida sabe-se lá por quem. Franceses? Holandeses? Portugueses saudosistas de épocas há muito passadas? E os Fenícios? Teriam trazido os rudimentos duma arte que evoluiu paralelamente à música do resto do mundo e à distância, como especulam alguns? Creio que não, a alegoria dançante e brincante que se segue à música Nordestina é muito medieval, muito cavaleiresca, muito trovadoresca, parece que chegou mesmo alguns poucos séculos antes da colonização, trazida por visitantes longínquos.
- Luiz Gonzaga sintetizou de forma muito pura toda essa carga genética que povoa há quase um milênio o Nordeste brasileiro. Não posso e muito menos desejo discutir aqui a cronologia da historiografia clássica que, taxaria de louco e estulto qualquer um que ao menos tentasse ousar empregar o termo milênio, a um país que fora descoberto há apenas quinhentos e poucos anos, como é o caso do Brasil, como agora o faço, em se tratando de cultura, traços culturais ou coisa semelhante. Não obstante historiadores outros como J. Bergier e L.Powell, só para citar dois dos menos ortodoxos, de longe hesitam em afirmar e reafirmar o antigo conhecimento que tinham os velhos mercantes marítimos sobre longínquas e ricas terras ao Oeste do mundo civilizado, conhecimento este consignado em documentos antes apócrifos que artigos oficiais de época. Rotas marítimas usuais, corriqueiras, mercantis, tratavam do intercâmbio cultural entre Europa e essas distantes e legalmente desconhecidas terras do Oeste, numa época em que não havia nada como instrumento de comunicação, a não ser o boca a ouvido além duma tosca imprensa Gutemberguiana, muito preocupada ainda com a confecção das Escrituras Hebraicas e Grego-Cristãs.
- Mas, voltando ao passado, ao passado mais recente, as áridas terras nordestinas assimilaram tão profundamente essa sonoridade alienígena, incorporaram-na de tal forma ao seu espírito e tão integralmente que jamais permitiram qualquer tipo de miscigenação, qualquer mistura com culturas e formatos outros, assim se mantiveram únicos e imutáveis, diferentes portanto, e indiferentes à toda influência musical do restante do imenso Brasil, espécie de xenofobia cultural. Daí, palavras como Samba, Ponteado, Moda de Viola, Guarânia, entre outras muitas, serem totalmente desconhecidas do nosso legítimo representante e herdeiro cultural, o caboclo Nordestino. Antes das contestações, devo dizer que Polca, Mazurca, Fox, e etc, são influencias sim, mas, da modernagem, e quando falo em passado recente, longe estou da modernagem.
- Misturando isso tudo aí acima que acabo de dizer, com tudo que já foi dito acerca da música nordestina, quer por doutos ou por néscios, devo dizer que, na verdade e infelismente, não passam de pura conversa " fiada ", frutos de uma desesperada tentativa de conhecer o incognoscível, tal como tentar explicar o inexplicável, o que resta de bom, finalmente, são as feiras, sim as feiras mercantís do interior e dos subúrbios das cidades nordestinas, com seus Emboladores de Coco, seus Violeiros, seus Repentistas, que criam e recriam eternamente tal qual sua tradição lhes ensinou, usando artefatos únicos como inteligência, sagacidade, inspiração e sensibilidade. Esta, enfim, a grande característica da música Nordestina, e quem quiser compreendê-la, é mister que antes vá às feiras.
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