domingo, 5 de agosto de 2012

A Hipotipose do Mundo


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             A Hipotipose do Mundo       







Atualmente, tenho empregado grande parte de meu tempo na consecução tanto de um prefácio, como da crítica ou, deveria antes dizer (já que deploro a Crítica), das notas que estou a fazer, de cada capítulo de um livro de autoria dum filósofo/visionário brasileiro do início do século XIX. Digo visionário, pois que seu estilo, repleto de visões futuristas, vaticínios, prognósticos e premonições, imprimem à sua obra  um ar romanesco fabuloso, como na obra de Júlio Verne, e não poderia ser diferente, haja vista nosso filósofo ser considerado por seus biógrafos, o introdutor, em nossa terra, do romance de cunho filosófico. Só para citar um exemplo, poucos anos após o advento da lâmpada incandescente de Edison, (1879) nosso cientista precognitivo sentenciou que um dia veríamos, como que encerrada em globo de cristal, a luz solar, a substituir a luz do gás, azeite e velas. Não referiu a ampola cujo oxigênio fora evacuado de seu interior e dotada de filamento de carvão, como a de Edison, muito menos à lâmpada de arco voltaico de H. Davy, (1800) contemporânea daquela e igualmente emissora de fortes ondas de calor (3700 Graus Celsius) posto que o autor visionário afirmasse em outro livro, a qualidade não depascente da luz solar no vácuo, ou seja, no ambiente em que estaria "encapsulada" naquele momento, portanto, quando descreve um globo de cristal (ou ampola sem filamentos) a emitir luz fria capaz de iluminar ambientes inteiros, estava referindo, a meu ver, (e só pode ser isto, já que não há até o presente momento, do ano 2011, nenhuma outra forma de emissão de luz fria) aos modernos Light Emitting Diode (diodos semi condutores) ou seja, pequenas ampolas transparentes a emitir luz fria e, atualmente, amplamente utilizadas na iluminação de ambientes. Se bem que já existe, embora ainda em pesquisa, a luz de óxido de zinco, que na verdade é também uma fonte de luz fria em estado sólido "branca, brilhante, agradável ao olho humano e adequada à ilminação de qualquer tipo de ambiente... Os pesquisadores estão produzindo luz branca centrada na parte verde do espectro eletromagnético aplicando um composto à base de enxofre sobre um preparado feito com nanopartículas de óxido de zinco e de fósforo. O fósforo converte as freqüências excitadas de um LED que emite luz na faixa do ultravioleta em uma luz branca e brilhante."

    Em outra visão mais, digamos, audaciosa, nosso herói afirma que "Dominará, em pleno vigor, a eletricidade como também outra força ainda incipiente ou não conhecida. As fotografias, aperfeiçoadas e com o auxílio dessas forças, retratarão de país a país, as pessoas e as falas, palavra por palavra, ficando assim estabelecida a ubiquação real do pensamento". Ora, a este enunciado, alguns de seus biógrafos atribuem a premonição da invenção da televisão, o que me parece medianamente correto quando se analisa, em particular, a afirmativa que "a fotografia aperfeiçoada (lembremos que já existia o cinema de Antoine Lumière, de 1895, baseado no cinetoscópio de Edison de 1891) e através da eletricidade retrataria, em todo o mundo, as imagens e o som". Só um pequeno detalhe faz esta visão afastar-se da invenção da Televisão propriamente dita, como a conhecemos nos dias de hoje: A inclusão do vocábulo "Ubiquação". O termo "ubiquação do pensamento", utilizado pelo filósofo, se o analisarmos com imparcialidade e autonomia crítica, muda totalmente o objeto de sua previsão. Vejamos: em qualquer dicionário o verbete Ubiquação é definido como a "Faculdade de estar presente em vários lugares ao mesmo tempo". Bem, digamos que, estando a televisão em pleno gozo e execução desta onipresença num acontecimento internacional como por exemplo, numa corrida de carros fórmula um ou, numa copa mundial de futebol, pergunto: Onde está a ubiquidade do pensamento nestes eventos meramente esportivos e futebolísticos? Como resposta digo que "não há ubiquidade de idéias (conhecimento) nestes casos".
   A forma atual de difusão de imagem e de som através da eletricidade, com perfeita ubiquação do pensamento, ou seja, com ênfase na difusão do conhecimento humano, a meu ver, (neste caso singularíssimo) não sendo realmente essa a premissa da Televisão, só pode ser, e creio ser esta idéia a mais exata, a própria rede mundial de computadores. O objeto das visões do cientista filósofo, portanto, só poderia ser a atual Internet, que se utiliza tanto da imagem como do som, com o nobre fim da ubiquação do pensamento humano (pelo menos em tese). Em resumo: imagens, sons e idéias (pensamento) transmitidas em tempo real e com direito a feedback? Para tal acontecimento só conheço um designativo: "Realidade Virtual".
   Bom, discutir algo como a Internet mais de meio século antes de seu advento, e, quase vinte anos antes da própria Televisão é, a meu ver, simplesmente fascinante.
  Como hoje sabemos, a energia irradiante que são as ondas eletromagnéticas emitidas pelo sol, variam dentro de uma variada gama de freqüências, dentre elas o infravermelho, e para que este infravermelho se transforme em calor, é necessário que ele incida sobre uma superfície que a absorva, como a do nosso Planeta.  Ao emitir, de volta, esse infravermelho em forma de ondas de calor, o efeito estufa causado pela camada de gás carbônico preserva parte dele, aquecendo, desta forma, a atmosfera terrestre. Outra vez nosso herói visionário causa espanto, ao afirmar que a luz do sol (a luz visível) "não é, no vácuo, absolutamente depascente" (termo em desuso mas, muito empregado à época) "e que, somente ao adentrar a atmosfera terrestre adquire esta característica".
Ora, com esta afirmativa, consignou formalmente e com muita propriedade científica, a estrutura material da luz, e foi mais além, afirmando que ela (a luz) como matéria, sofreria os efeitos gravitacionais de grandes corpos selestes, asseverando que chegaria ao Planeta Terra de forma angular, Angular? É, desta forma está provado que nosso sábio antecipou-se em 14 anos à comprovação, pela equipe de Einstein, do  enunciado: "a luz varia nas proximidades das grandes massas celestes e força e matéria são uma mesma cousa". Que ocorreu em 29 de maio de 1919. Lê-se em "Há Dialetos no Brasil? Fatores da Unidade política da América Portuguesa - Um Cearense Precursor de Einstein", de Amora Maciel: "Eddington diz que, para Einstein, o espaço é abstração, é convencional, sendo que pela Teoria Especial da Relatividade, surgida em 1905, o tempo local era o tempo para o observador móvel e que não existia o chamado tempo real, absoluto. A.S.Eddington escreveu ainda que a combinação dos espaços e tempos locais, em um teto de quatro dimensões, foi obra de Minkoswski, em 1908, e que em 1913 Einstein venceu todos os obstáculos, para, afinal, em 1915, publicar a sua Teoria Geral, que somente chegou à Inglaterra um ou dois anos após (1916 ou 1917), constituindo, assim, o objeto principal da obra do mencionado catedrático de Mecânica. Enquanto isso, já em 1907, no Ceará (Brasil), estava concluído o alentado trabalho do pensador cearense João Miguel da Fonseca Lobo, o qual lhe custou 40 anos de meditação".
   Em um de seus livros, Fragmentos de Filosofia Natural e Especulativa, lê-se: “Que é o Tempo? Uma ficção, sem correspondente na realidade. Não existe Tempo. A Eternidade não tem passado e não tem futuro; é só o presente. Não tem ontem nem amanhã. Hoje somente. As cousas desenvolvem-se simultaneamente no infinito..."
   Não podemos esquecer que o grande Einstein fora doutor em Filosofia, pela universidade de Zurich, por volta da época em que nosso herói publicava, na Europa, suas teorias, em livro cuja primeira edição rapidamente foi esgotada. Nada mais natural afirmar que o jovem e brilhante Einstein estivesse sempre "antenado" às teorias filosóficas e científicas da época não? Talvez, e aí vai uma mera especulação: Teria o Pai da Teoria de Relatividade lido as teorias de nosso cientista Cearense? Creio que é possível sim, afinal, um homem de elevada cultura, detentor de um cérebro extraordinário como Einstein, deveria, com naturalidade, devorar com ânsia intelectual, toda produção filosófico-científica de sua época. Tanto mais aquela publicada tão perto de si, por um filósofo, cientista e, Judeu.
  Bem amigos, logo que consiga concluir a pequena revisão crítica do livro "A Hipotipose do Mundo", de João Miguel da Fonseca Lobo que está a me ferver os miolos, na tentativa de levá-la a bom termo, e após sua necessária publicação, estarei, imediatamente disponibilizando-a, tanto em meu blog pessoal, o www.pianoclassico.org como em diversos outros sites da Web, naturalmente de forma totalmente graciosa, como é nosso costume e nossa filosofia, mesmo porque, como todos sabem, deploramos a tal Lei de Copyright, e vamos mais além, ao afirmar, estóicos que, “nenhuma forma de arte e cultura pode ser taxada ou a ela tributada qualquer vantagem financeira através dos desprezíveis direitos autorais”.

*Texto originalmente publicado na Coluna Quiáltera, assinada por lobão n'O Pensador Selvagem


   No momento, eis aí, disponibilizado para download, no formato Word, o livro "Hipotipose do Mundo" de João Miguel da Fonseca Lobo, extamente como está na sua ultima edição, sem nenhuma alteração. Para baixá-lo, clique no ícone de download ao lado da capa (eletrônica) e boa leitura.
   Lembramos que aqui mesmo, no pianoclassico, já está disponibilizado outro livro do mesmo autor: Jesus Cristo e Maria Madalena, uma Lenda Judaica" em pdf, para baixá-lo Clique Aqui









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