Free download |
O Escravo é, seguramente, a obra mais famosa de Carlos Gomes, depois de O Guarany, claro.
Alfredo d'Escragnolle Taunay, o Visconde de Taunay, autor do argumento da peça, escreveu, originalmente, sobre revoltas de escravos; quilombos; senhores brancos e suas escravas... O que, entretanto, não agradou completamente aos editores italianos, que resolveram trocar os personagens escravos negros por índios, segundo o formato já consagrado em O Guarany.
A estréia acabou sendo mesmo no Brasil, em 1889, e, há apenas um ano da abolição da escravatura, com os recém libertos sofrendo toda espécie de privação, devido ao descaso do Estado. Conjecturo que, talvez tenha sido realmente de bom tom substituir o maltratado, pobre e excluído negro pelo distante e nobre guerreiro índio. Sabe-se que a mudança desagradou enormemente o autor do argumento, Visconde de Taunay, e deve ter desagradado mesmo, principalmente "...pelo grotesco de se ver, em cena, tenores seminus interpretando índios com inverossímeis bigodões, cantando em italiano".Leia mais sobre os índios bigodudos neste interessante texto publicado na seção "Veja na História - VEJA, 20 de novembro de 1889 CLIQUE AQUI
Mas, deixemos as confusões do roteiro de lado, em troca da grandeza musical daquele que é, como costumo chamá-lo, (só de brincadeira) o mais Europeu dos Brasileiros, o gênio Carlos Gomes.
Alfredo d'Escragnolle Taunay, o Visconde de Taunay, autor do argumento da peça, escreveu, originalmente, sobre revoltas de escravos; quilombos; senhores brancos e suas escravas... O que, entretanto, não agradou completamente aos editores italianos, que resolveram trocar os personagens escravos negros por índios, segundo o formato já consagrado em O Guarany.
A estréia acabou sendo mesmo no Brasil, em 1889, e, há apenas um ano da abolição da escravatura, com os recém libertos sofrendo toda espécie de privação, devido ao descaso do Estado. Conjecturo que, talvez tenha sido realmente de bom tom substituir o maltratado, pobre e excluído negro pelo distante e nobre guerreiro índio. Sabe-se que a mudança desagradou enormemente o autor do argumento, Visconde de Taunay, e deve ter desagradado mesmo, principalmente "...pelo grotesco de se ver, em cena, tenores seminus interpretando índios com inverossímeis bigodões, cantando em italiano".Leia mais sobre os índios bigodudos neste interessante texto publicado na seção "Veja na História - VEJA, 20 de novembro de 1889 CLIQUE AQUI
Mas, deixemos as confusões do roteiro de lado, em troca da grandeza musical daquele que é, como costumo chamá-lo, (só de brincadeira) o mais Europeu dos Brasileiros, o gênio Carlos Gomes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário