sábado, 8 de junho de 2013

Cezanne Acessoria divulga




Histórias curiosas:

Palácio Gustavo Capanema
Os céus como fronteira: a verticalização no Brasil
Entre  10 de junho e 10  de julho, a Elevadores Atlas Schindler e a Grifo Editora, com apoio do Metrô Rio, têm o prazer de apresentar à cidade do Rio de Janeiro a exposição  “Os céus como fronteira: a verticalização no Brasil”,  na Estação Carioca do Metrô. A mostra aborda aspectos fundamentais da trajetória arquitetônica e da paisagem urbana em nosso país aliada ao papel dos elevadores. 
A partir do próximo dia 10 de junho, os cariocas poderão conhecer um pouco mais sobre alguns dos arranha-céus mais conhecidos da cidade, e de outras cinco capitais brasileiras, através da exposição Os céus como fronteira: a verticalização no Brasi”, organizada por Paulo César Garcez Marins e Zuleika Alvim, e  instalada na Estação Carioca, do Metrô Rio, para livre visitação. A partir de 72 fotos distribuídas em 11 grandes painéis e ocupando uma área de cerca de 200 m², a exposição, organizada por estados, resgata fatos e curiosidades que marcaram a história do crescimento vertical brasileiro, influenciado, em primeiro momento, por referências arquitetônicas europeias, e, apartir de 1920, da verticalização que fascinava os Estados Unidos, tendo em ambos os casos o papel fundamental do elevador, uma invenção do século 19.
Esta simbiose transformou os relatos apresentados na mostra e no livro em histórias inéditas, ao fugir de textos esparsos e pontuais até hoje existentes, que sempre priorizaram aspectos meramente tecnológicos.
1. Em São Paulo um dos edifícios ícones da cidade, o Martinelli, teve uma história sui generis. Seu proprietário, o Comendador Giuseppe Martinelli resolveu construir o maior prédio, não só do país, mas da América do Sul. O projeto teve início em 1924 e foi feito para ter 14 andares, mas a megalomania do Comendador não podia suportar a ideia, de não construir o maior arranha-céu da América do Sul. Em 1928, um novo projeto o elevou para 20 andares , mas Martinelli, acrescentou por conta própria mais quatro, além de uma verdadeira mansão na cobertura que o elevou para 30 andares. 
 Tudo isso, evidentemente foi acompanhado de uma verdadeira batalha entre engenheiros, construtores, denúncias nos jornais, falências, críticas e, mais do que tudo, medo da população que o prédio desabasse.

 Nada adiantou, em 1929, o sonho do Comendador se realizou e ultrapassou suas expectativas, pois além de mais alto da América do Sul, ele foi o mais alto do mundo feito em concreto armado, técnica que diferenciou muito a verticalização do país dos Estados Unidos, onde a estrutura dos prédios eram construídas com ferro. O gigante, que se espelhou em grande parte no Hotel Hilton de Chicago, chegou ao fim com 30 andares, 960 salas, 247 apartamentos e 2.133 janelas. 2. O medo das alturas esteve presente nos Estados unidos também. Em 1889, Nova York ganha seu primeiro arranha-céu, o Tower Building com 12 andares, mas o medo das pessoas com altura era tal que o arquiteto projetista morava no 11º andar para provar que o prédio era seguro. O Epire State Building, por sua vez, construído em 1931, também em Nova York, foi na época o mais alto do mundo, com 381 metros de altura, mas o mais vazio, Ninguém queria alugar escritórios nas alturas. O que o salvou da falência foram os observatórios nos andares 86 e 102, em que visitantes do mundo inteiro pagavam ingressos para observar Nova York. 
3. Ainda em São Paulo, cuja exteriorização de status até os anos 1940 era morar em casas confortáveis , a construção do Edifício Esther, na Praça da República, em 1939, cuja proposta apresentava um novo conceito de moradia, foi vista como um absurdo. A classe média o via como um ”cortiço vertical” e o acusavam de exaltar a promiscuidade. Até a insalubridade para as crianças que morariam em prédios veio à baila.
Só foram morar no prédio personalidades, cujo convício com a Europa e Estados Unidos era intensa como: Di Cavalcanti, Noêmia Mourão, Antonio Marcelino de Carvalho Filho, jornalista e colunista social, entre outros o que se diria disto nos dias atuais?



Abordagens sobre a história do elevador no mundo e no Brasil, aliadas às influências  arquitetônicas recebidas em nosso país da Europa e Estados Unidos,  emolduram a verticalização de seis capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Brasília, escolhidas por suas peculiaridades e por abrigarem os maiores arranha-céus do país.
O projeto patrocinado pela Elevadores Atlas Schindler e realizado pela Grifo Editora, contou com o apoio da Lei de Incentivo à Cultura e, no Rio de Janeiro, com a parceria do Metrô Rio.
Os autores: Paulo César Garcez Marins, Zuleika Alvim, Isabel Raposo, Nadia Somekh, Lilian Fessler Vaz, Roberto Segre, Leonardo Barci  Castriota, Carlos Eduardo Comas, Guilah Naslavsky, Sylvia Ficher e Ricardo Trevisan agradecem.
SERVIÇO:  Exposição Os céus como fronteira: a verticalização no Brasil”
Data de abertura: 10 de junho
Local: Estação Carioca do Metrô Rio - Centro
Período Expositivo: 10 de junho a 10 de julho de 2013

RIO DE JANEIRO
1 - A verticalização do Rio de Janeiro ocorreu ao mesmo tempo no centro e no bairro de Copacabana, sobretudo com prédios residenciais: no início da década de 1920 os primeiros edifícios altos, como o Edifício OK, já despontavam junto à avenida Atlântica. Esse processo se intensificou ao longo do século 20, culminando na grande muralha de arranha-céus que quase ofusca o sol das areias de Copacabana, uma das praias mais incensadas do mundo.

Foto: Edificio OK - Praça do Lido, Rio de Janeiro ca. 1920/1930 Acervo: Arquivo G. Hermakoff
Foto: Orla de Copacabana –Rio de janeiro ca. 2011 Foto: Cassio Vasconcelos/SambaPhoto-Getty Images
2 - Cinelândia foi o nome dado ao conjunto de edifícios construídos no trecho mais nobre e cobiçado da Avenida Central, cuja extremidade sul já ostentava o Teatro Municipal, inaugurado em 1909. Em meados da década de 1920 começaram a surgir ali, na Praça Floriano, os primeiros “arranha-céus”: Glória, Natal, Capitólio e Fontes, todos com cinema no térreo.

Foto: Cinelândia - Rio de Janeiro, anos Acervo: Arquivo G. Hermakoff Cinelândia - Rio de Janeiro, anos 20 Foto: Augusto Malta - Coleção Gilberto Ferrez / Acervo Instituto Moreira Salles
3 - Inaugurado em 1929, o edifício do jornal A Noite era um colosso de concreto armado dominando a homogênea paisagem carioca. Assim como ele, a Torre da Estação Pedro II da Estrada de Ferro Central do Brasil, construída em 1937, privilegia o estilo arquitetônico de inspiração déco.

Foto: Edifício A Noite – Praça Mauá, Rio de Janeiro ca. 1941 Acervo: Augusto Monteiro – Coleção Brascan cem anos no Brasil/Acervo Instituto Moreira Salles
Foto: Torre da Estação Pedro II da Estrada de Ferro Central do Brasil - Praça Cristiano Ottoni, Rio de Janeiro (1937) Acervo: Arquivo G. Hermakoff


4 - Dois ângulos e dois momentos do atual Palácio Capanema: fachada norte, quando de sua inauguração, em 1945, como sede do MES, e fachada sul, em 2012. Durante a gestão do Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema, uma equipe de arquitetos, dentre eles Oscar Niemeyer, desenvolveu um projeto com novos elementos: pilotis, fachada de vidro, uso de brise-soleil, volume puro e alto, isolado no quarteirão. Por suas características arquitetônicas inovadoras e arrojadas, o edifício do MES tornou-se a referência inaugural da moderna arquitetura brasileira.

Foto: Edifício do Ministério da Educação e Saúde (1945) Fachada norte, com brise-soleil – Rua da Imprensa, Rio de Janeiro (Palácio Gustavo Capanema a partir de 1985) - Foto: Kikoler
Foto: Fachada (sul) de vidro do Palácio Capanema (desde 1985) Foto: Flavio A. D. Bragaia




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