domingo, 11 de agosto de 2013

Mozart: Le Nozze Di Figaro / Don Giovanni / Cosi Fan Tutte


Le Nozze Di Figaro / Don Giovanni / Cosi Fan Tutte






 O BOLO E O MOLEQUE

 Certa ocasião, na sala de redação da emissora que trabalhava, sentei-me diante da máquina para redigir um texto comercial, mas ao invés de teclas eu via castanhas; isso mesmo: castanhas de caju. Desviei a vista algumas vezes para outros pontos e quando voltava o olhar para a máquina, novamente a visão de castanhas. Delírium Tremens com certeza não era, pois minhas eventuais doses de bebida alcoólica estão longe desse efeito. De repente senti o estalo e logo entendi que a visão das castanhas tem origem em um fato marcante que se passou comigo quando adolescente.
 Em virtude de meus afazeres não pude escrever sobre o fato naquela ocasião. No dia seguinte, o assunto voltou para as profundezas do subconsciente e vários anos se passaram; agora, na falta de algo mais produtivo, relato aqui o episódio.
 Você lembra que nas crônicas do fabuloso Nelson Rodrigues, sempre que acontece uma grande estupidez é sempre de autoria de uma “mulher gorda e patusca”? Pois bem; em frente à casa que residia, morava uma autêntica “gorda e patusca”, senão vejamos: Certa manhã, em época de férias escolares, brincando de dominó na mesa da sala da casa da dita cuja, com seu filho que é dois ou três anos menos que eu, a mulher com a cabeça cheia de bobs, veio com um “pirex” grande e um batedor de bolos daqueles que é um cabo de madeira e uma espécie de mola para agitar a massa, e iniciou o preparo de um bolo pé-de-moleque, pois receberia visita para jantar naquela noite. Após alguns minutos levantou-se dizendo que iria acender o forno; quando voltou para a sala trazia a forma; uma vasilha com erva doce; uma xícara com cravos e uma tigela com castanhas de caju, e continuou a bater o bolo. Logo o telefone toca e a mulher se levanta para atender em um outro ambiente e se demora bastante se aconselhando co uma “comadre” sobre: o tipo da louça; os cristais; a cor da toalha e outras futilidades do gênero.
 Enquanto isso, seu filho após cada pedra de dominó que colocava no jogo, enchia a mão na tigela das castanhas e devorava-as em segundos. Eu, tímida e educadamente assistia aquilo espantado e discordando, porém sem interferir, pois com a pouca idade que tinha, não imaginava que a professora fosse tão estúpida. De repente chega a mulher próximo à mesa, olha os ingredientes e fazendo cara de tragédia, bota as mãos nos bobs e esbraveja: VALHA-ME DEUS, O CID COMEU AS CASTANHAS TODINHAS. Diante da cena, peguei minhas revistinhas e nunca mais pisei lá. (Cid Lobo)


Le Nozze Di Figaro, K 492
1. Sinfonia
2. Cinque...Dieci
3. Se vuol ballare Signor Contino
4. Non più andrai farfallone amoroso
5. Porgi amor qualche ristoro
6. Che soave zeffiretto
7. Ecco la marcia

Don Giovanni, K 527
1. Ouvertura
2. Notte e giorno a faticar
3. Menuetto, contraddanza e teitsch per tre orchestre
4. Là ci darem la mano
5. Fin ch'han dal vino
6. Batti batti bel Masetto
7. Gia la mensa è preparata

Cosi Fan Tutte, K 588
1. Ouvertura
2. La mia Corabella capace non è
3. Ah guarda sorella
4. Bella vita militar
5. Un'aura amorosa
6. Secondate aurette amiche
7. Tradito schernito dal perfido cor
8. Fortunato l'uom

Ensemble Zefiro

2 hautbois, 2 clarinettes, 2 cors de basset
4 cors, 2 bassons et 1 contrabasse





 


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